Pages

quarta-feira, 24 de março de 2010

Alma Guerreira

ETAPAS DE MINHA VIDA...SOFRIDAS E VENCIDAS....




Amigos e leitores desculpem o atraso de minhas narrativas,
explico o porque a
cada etapa que aqui deixo é uma sensação
horrivel de relembrar tudo.

Então paro para assimilar e sentir que tudo passou e digo
como o amiguinho do
blog diria: Fragmentos de memória
perdida na brecha entre a vida e a morte ...

Tenho em minha memória tudo tão nitidamente claro que
agora ao reviver, dor e
tristeza se misturam por saber que
muitas crianças possam estar passando por
todo esse
pesadelo que passei.

Final de Semana - Sabado e Domingo....................
Alegria para todas as familias
decentes, para mim um
inferno, pois é nesse dia que o monstro (ainda não
encontrei
um nome adequado para definir esse
"Monstro") saia a passeio com minha mãe,
deixava
ela na casa de amigas e voltava, eu.. sózinha em casa
tentava me esconder,
mas onde???
Se moravámos em apenas 1 comodo, eu muitas vezes
era colocada na
mesma cama, e via e ouvia minha mãe
chorar e implorar compaixão por ser tão
brutalizada.
Na minha inocencia, não sabia o que acontecia e mesmo
assim tentava defende-la
chorando, pois sabia que se minha
mamãe chorava era coisa ruim que estava
acontecendo
com ela.

Ele me olhava e dizia..."Cala a boca se não sobra pra voce
também", eu engolia o
choro, e tampava os ouvidos com meu
traviseirinho, fechava os olhos bem forte e dizia

" Papai do céu, faiz ele parar papai do céu, por favor..."

E assim amanhecia o dia.
Mas logo chegava a noite "noite de terror", ele levava minha
mãe
para o cinema, deixava ela lá e voltava, eu em casa sózinha já em
desespero.

Eu já tinha 7 anos de idade.



Eu embrulhava meu corpinho magro e fragil em uma coberta
qualquer, fazia xixi na
cama de medo angústia, pavor "até hoje
não consigo dormir sem uma proteção até o
pescoço!"
Ele chegava com 1 pacotinho de balas, ou outro doce qualquer,
dizia " viu como eu gosto
de voce,voltei so para te trazer esses
doces, Levanta vem comer", eu ficava quietinha
fingia dormir.
Ele deixava os doces na mesa que havia no quarto e se deitava
ao meu
lado, aiiii, meu coração batia tanto que as vezes eu
achava que ia saltar fora de meu peito,
puxava e puxava o fino
tecido do lençol à me proteger até desembrulhar meu corpo e
ficar completamente a merce dele.

Meu corpo indefeso, magro e assustado, eu fechava os olhos e
sentia seu bafo quente em
meu rosto, cheiro nojento que agora
sei o que significa cheiro de bicho no cio atrás de sua
vitima suas
mãos em meu corpo procurando, se esgueirando me forçando, por
de baixo de
meu pijaminha de bichinhos.
Pobre criança inocente caída e começando a apodrecer nos braços
de um homem
apodrecido.........
Continue Reading...

A boneca de trapo

Sou apenas uma boneca de trapos
Com quem antes brincavas e segredavas
A quem agora tiras o valor e desprezas
Com quem agora já não brincas ou segredas
Com quem já não mais sente ter valor
Sou apenas uma boneca de trapos,
Esfarrapada por teus desprezo e esquecimento
E brincas agora com uma boneca linda,
Vestida de um cetim branco macio, suave
Pele lisa e cabelos arranjados...
Será que não olhas para mim como sendo tua?
Boneca que se esvai em lágrimas
Caindo em teu esquecimento
E penetrando no mais sombrio de se mesma
Vai sentido o submundo em seu redor
Vai sentindo a dor à sua volta
E olho para trás, pensando no passado
Vendo-te brincar comigo ditando simples palavras...
"Jamais te esquecerei"
E vendo que afinal esqueces-te
Esqueces-te a tua boneca (em tempos) favorita
Esqueces-te quem agora sofre por ti
Esqueceste-me a mim, quem sempre te deu tudo
Tudo aquilo que podia dar, ofereci
Sem nada em troca esperar,
Mas procurando uma palavra de carinho que não existe mais
Carinho que se evaporou
Rogo-me numa tal praga
De meus farrapos acabarem em cinzas negras
De um esquecimento sucedido e conseguido por ti
Reduzo-me à solidão transparente que se isola
Num coração que chora por ti, sempre que as lágrimas
Pesadas e fortes demais se tornam
E sou apenas mais uma,
Mais uma boneca de trapos
Que de trapos não passa
Boneca que se quebra cada vez que olha
Para teu eterno rosto de anjo deixar de me ver
Deixar de me sentir existir
Deixar de me sentir
Afogo-me numa perene e eterna monotonia
Asfixio-me no véu negro que me core o rosto
E uma brisa evanescente eleva meu espirito
E assim me deixo morrer,
Por ser a Para Sempre Tua boneca de trapos
E um rosto morto indica-me um caminho
E caminho por ele até que chego até onde já estive
É um lugar desencantado e assombrado por mim mesma
Onde me sento sozinha na esquina negra duma sala vazia
Onde me deixo morrer outra vez, e para sempre...


http://darkplace.blogs.sapo.pt





Boneca de trapo

A minha boneca
Retaiada ao relato,
Esperançosa sem contato,
Ser totalmente incompacta,
Com um mundo de discordia
De esperança sem acordia;
Vencida pelo cansaço.
Agora junta o seus trapos,
De um um mundo onde não
há mais nenhum relato.
Minha querida boneca de trapo.

Continue Reading...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Alma Guerreira

ETAPAS DE MINHA VIDA...SOFRIDAS E VENCIDAS....




Amigos e leitores desculpem o atraso de minhas narrativas,
explico o porque a
cada etapa que aqui deixo é uma sensação
horrivel de relembrar tudo.

Então paro para assimilar e sentir que tudo passou e digo
como o amiguinho do
blog diria: Fragmentos de memória
perdida na brecha entre a vida e a morte ...

Tenho em minha memória tudo tão nitidamente claro que
agora ao reviver, dor e
tristeza se misturam por saber que
muitas crianças possam estar passando por
todo esse
pesadelo que passei.

Final de Semana - Sabado e Domingo....................
Alegria para todas as familias
decentes, para mim um
inferno, pois é nesse dia que o monstro (ainda não
encontrei
um nome adequado para definir esse
"Monstro") saia a passeio com minha mãe,
deixava
ela na casa de amigas e voltava, eu.. sózinha em casa
tentava me esconder,
mas onde???
Se moravámos em apenas 1 comodo, eu muitas vezes
era colocada na
mesma cama, e via e ouvia minha mãe
chorar e implorar compaixão por ser tão
brutalizada.
Na minha inocencia, não sabia o que acontecia e mesmo
assim tentava defende-la
chorando, pois sabia que se minha
mamãe chorava era coisa ruim que estava
acontecendo
com ela.

Ele me olhava e dizia..."Cala a boca se não sobra pra voce
também", eu engolia o
choro, e tampava os ouvidos com meu
traviseirinho, fechava os olhos bem forte e dizia

" Papai do céu, faiz ele parar papai do céu, por favor..."

E assim amanhecia o dia.
Mas logo chegava a noite "noite de terror", ele levava minha
mãe
para o cinema, deixava ela lá e voltava, eu em casa sózinha já em
desespero.

Eu já tinha 7 anos de idade.



Eu embrulhava meu corpinho magro e fragil em uma coberta
qualquer, fazia xixi na
cama de medo angústia, pavor "até hoje
não consigo dormir sem uma proteção até o
pescoço!"
Ele chegava com 1 pacotinho de balas, ou outro doce qualquer,
dizia " viu como eu gosto
de voce,voltei so para te trazer esses
doces, Levanta vem comer", eu ficava quietinha
fingia dormir.
Ele deixava os doces na mesa que havia no quarto e se deitava
ao meu
lado, aiiii, meu coração batia tanto que as vezes eu
achava que ia saltar fora de meu peito,
puxava e puxava o fino
tecido do lençol à me proteger até desembrulhar meu corpo e
ficar completamente a merce dele.

Meu corpo indefeso, magro e assustado, eu fechava os olhos e
sentia seu bafo quente em
meu rosto, cheiro nojento que agora
sei o que significa cheiro de bicho no cio atrás de sua
vitima suas
mãos em meu corpo procurando, se esgueirando me forçando, por
de baixo de
meu pijaminha de bichinhos.
Pobre criança inocente caída e começando a apodrecer nos braços
de um homem
apodrecido.........

A boneca de trapo

Sou apenas uma boneca de trapos
Com quem antes brincavas e segredavas
A quem agora tiras o valor e desprezas
Com quem agora já não brincas ou segredas
Com quem já não mais sente ter valor
Sou apenas uma boneca de trapos,
Esfarrapada por teus desprezo e esquecimento
E brincas agora com uma boneca linda,
Vestida de um cetim branco macio, suave
Pele lisa e cabelos arranjados...
Será que não olhas para mim como sendo tua?
Boneca que se esvai em lágrimas
Caindo em teu esquecimento
E penetrando no mais sombrio de se mesma
Vai sentido o submundo em seu redor
Vai sentindo a dor à sua volta
E olho para trás, pensando no passado
Vendo-te brincar comigo ditando simples palavras...
"Jamais te esquecerei"
E vendo que afinal esqueces-te
Esqueces-te a tua boneca (em tempos) favorita
Esqueces-te quem agora sofre por ti
Esqueceste-me a mim, quem sempre te deu tudo
Tudo aquilo que podia dar, ofereci
Sem nada em troca esperar,
Mas procurando uma palavra de carinho que não existe mais
Carinho que se evaporou
Rogo-me numa tal praga
De meus farrapos acabarem em cinzas negras
De um esquecimento sucedido e conseguido por ti
Reduzo-me à solidão transparente que se isola
Num coração que chora por ti, sempre que as lágrimas
Pesadas e fortes demais se tornam
E sou apenas mais uma,
Mais uma boneca de trapos
Que de trapos não passa
Boneca que se quebra cada vez que olha
Para teu eterno rosto de anjo deixar de me ver
Deixar de me sentir existir
Deixar de me sentir
Afogo-me numa perene e eterna monotonia
Asfixio-me no véu negro que me core o rosto
E uma brisa evanescente eleva meu espirito
E assim me deixo morrer,
Por ser a Para Sempre Tua boneca de trapos
E um rosto morto indica-me um caminho
E caminho por ele até que chego até onde já estive
É um lugar desencantado e assombrado por mim mesma
Onde me sento sozinha na esquina negra duma sala vazia
Onde me deixo morrer outra vez, e para sempre...


http://darkplace.blogs.sapo.pt





Boneca de trapo

A minha boneca
Retaiada ao relato,
Esperançosa sem contato,
Ser totalmente incompacta,
Com um mundo de discordia
De esperança sem acordia;
Vencida pelo cansaço.
Agora junta o seus trapos,
De um um mundo onde não
há mais nenhum relato.
Minha querida boneca de trapo.