ETAPAS DE MINHA VIDA...SOFRIDAS E VENCIDAS.... 
A menina era uma graça de criança, logo férias escolares, passei  a sair cedo de  casa, ho coisa boa, passava o dia brincando, com a menina loirinha de  cabelos cheio de cachos. Era muito bem tratada, comia bem, tinha até lanchinho  a tarde.
Mas como sempre, tudo que é bom dura pouco e acaba logo, comigo não foi  diferente, 6 meses de liberdade e a familia foi transferida de cidade, vida de  militar é asim sem parada, fiquei muito triste, chorei  muito, eu queria ir  junto, mas não me levaram. Fiquei! começou tudo de novo, agora já com 8 anos  completo já sabia de muitas coisas ruins, mas  achava que eram boas pois estava sendo passado a mim, como bom de sentir, prazeroso, gostoso e praticavel.
Uma tarde ele me  atacou na cozinha  me imprensando contra a parede, pois eu sai correndo e ele  me empurrou bati minhas costas violentamente contra  a parede que fiquei sem ar  por alguns momentos, ele se assustou e saiu. Foi  embora me deixando sem  respiração sentada no chão, ao voltar e ver que estava sózinha no desespero, subi  em cima do fogão de lenha.
E peguei um pacotinho sujo de poeira que estava entre as  telhas do teto, era veneno para  rato e sem pensar 2 x joguei um punhado  daquelas bolinhas coloridas na palma da mão, estava cega as lágrimas rolando  pelo meu rostinho vermelho e quente de dor e  raiva  diante de minha impotencia  conta a agresividade e loucura daquele "monstro".....
"Mas  ainda não era meu  dia..Deus ainda tinha muito 
para me testar !"
Joguei as bolinhas na boca, nesse momento minha mãe entro e deu  uma bofetada em minhas mãos onde foi tudo para o chão, rapidamente meteu o dedo na  minha boca e disse: "cospe, cospe menina, cospe!"
Eu joguei tudo fora, não sei  se cheguei a engolir algum, só sei que fiquei sem poder comer direito uns par de  dias, pois minha língua ficou toda queimada.
Depois disso passei a ser mais  vigiada pelos dois e ele toda as vezes que eu aprontava, me deixava quieta por alguns  dias....
Passado algum tempo as investidas retornavam com mais força ainda, eu lutava,  chorava e sempre saia correndo, as pessoas me ajudavam, me acalmavam e ele  sumia, mas o que me doia mesmo era a indiferença de minha mãe.
Um dia ao voltar  de uma dessas fugidas ela estava no portão abriu o portão para eu entrar e  disse:
"Entra, Nãosei que tanto medo é esse que vc tem..Pra que tudo isso?" 
"Nunca esquecerei essa frase, nunca!"
Foi nesse dia que realmente entendi que  eu estava sózinha no mundo e se quisesse ser alguém na vida teria que ser pelos  meus próprios meios...
Minha mãe estressava com os maus tratos que recebia dele e descontava tudo em  mim, falava comigo eu respondia, ai ela me esbofeteava no rosto e dizia: " não me  respondeeeeeee!" Se eu ficava quieta, ela me sacudia e  dizia: "fala  guria! "
"Afff eu não sabia mais o que fazer....Eu mesmo sendo  criança sempre tive uma certeza de que um dia aquilo ia acabar, de um  jeito ou  outro ia acabar."
PEDIA MUITO A AJUDA A DEUS, POIS ESTUDEI EM COLÉGIO DE FREIRAS E ISSO EU FAZIA MUITO  BEM...REZAR...REZAR  E REZAR....
Lembro perfeitamente da oração que eu fazia diariamente, muitas vezes sentindo o  peso do corpo do desgraçado "monstro" sobre o meu, eu fechava meu olhos  e saia  daquele corpo flutuava no espaço onde não sentia nada e não via nada.
Apenas conversava  com DEUS.
Eis aqui, minha oração...........

 















 Sou apenas uma boneca de trapos
Sou apenas uma boneca de trapos







 
  

















 


