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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Imperfecta.

 Adriana Dias.

 

Tenho oi.
meus ossos são de cristal
e minha alma se reflete neles,
sentindo, expondo-se,
partindo-se, reconstuindo-se.

tenho oi
minha esclerótida é azul,
minha alma se reflete nela;
meus sonhos são azuis
e azul é o céu
onde minha alma plana,
ascende, encontra-se infinita.

tenho oi,
tenho marcas, cicatrizes
nos ossos, na alma.
tenho sinais na pele,
no rosto, nos olhos,
como todas as pessoas
mas de um jeito muito singular.

tenho oi
e na minha fragilidade
aprendi a respeitar todos os homens,
mulheres e crianças.

tenho oi
e faço dos meus sintomas
um caminho de cura,
de compreensão, de pode contar comigo.

tenho oi;
minha fragilidade me lembra do que é firme,
sólido, real:
a fé.

minha história me denuncia
o que movimenta adaptável:
a esperança.

minha compreensão de mim mesma e do outro
me permite o que é eterno,
insolúvel e inquebrável:
o amor.

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Imperfecta.

 Adriana Dias.

 

Tenho oi.
meus ossos são de cristal
e minha alma se reflete neles,
sentindo, expondo-se,
partindo-se, reconstuindo-se.

tenho oi
minha esclerótida é azul,
minha alma se reflete nela;
meus sonhos são azuis
e azul é o céu
onde minha alma plana,
ascende, encontra-se infinita.

tenho oi,
tenho marcas, cicatrizes
nos ossos, na alma.
tenho sinais na pele,
no rosto, nos olhos,
como todas as pessoas
mas de um jeito muito singular.

tenho oi
e na minha fragilidade
aprendi a respeitar todos os homens,
mulheres e crianças.

tenho oi
e faço dos meus sintomas
um caminho de cura,
de compreensão, de pode contar comigo.

tenho oi;
minha fragilidade me lembra do que é firme,
sólido, real:
a fé.

minha história me denuncia
o que movimenta adaptável:
a esperança.

minha compreensão de mim mesma e do outro
me permite o que é eterno,
insolúvel e inquebrável:
o amor.

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