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quarta-feira, 31 de março de 2010

Alma Guerreira


ETAPAS DE MINHA VIDA...SOFRIDAS E VENCIDAS....

A menina era uma graça de criança, logo férias escolares, passei  a sair cedo de casa, ho coisa boa, passava o dia brincando, com a menina loirinha de cabelos cheio de cachos. Era muito bem tratada, comia bem, tinha até lanchinho a tarde.

Mas como sempre, tudo que é bom dura pouco e acaba logo, comigo não foi diferente, 6 meses de liberdade e a familia foi transferida de cidade, vida de militar é asim sem parada, fiquei muito triste, chorei  muito, eu queria ir junto, mas não me levaram. Fiquei! começou tudo de novo, agora já com 8 anos completo já sabia de muitas coisas ruins, mas  achava que eram boas pois estava sendo passado a mim, como bom de sentir, prazeroso, gostoso e praticavel.
Uma tarde ele me atacou na cozinha  me imprensando contra a parede, pois eu sai correndo e ele me empurrou bati minhas costas violentamente contra  a parede que fiquei sem ar por alguns momentos, ele se assustou e saiu. Foi  embora me deixando sem respiração sentada no chão, ao voltar e ver que estava sózinha no desespero, subi em cima do fogão de lenha.


E peguei um pacotinho sujo de poeira que estava entre as telhas do teto, era veneno para  rato e sem pensar 2 x joguei um punhado daquelas bolinhas coloridas na palma da mão, estava cega as lágrimas rolando pelo meu rostinho vermelho e quente de dor e  raiva  diante de minha impotencia conta a agresividade e loucura daquele "monstro".....
"Mas  ainda não era meu dia..Deus ainda tinha muito
para me testar !"
Joguei as bolinhas na boca, nesse momento minha mãe entro e deu uma bofetada em minhas mãos onde foi tudo para o chão, rapidamente meteu o dedo na minha boca e disse: "cospe, cospe menina, cospe!"
Eu joguei tudo fora, não sei se cheguei a engolir algum, só sei que fiquei sem poder comer direito uns par de dias, pois minha língua ficou toda queimada.
Depois disso passei a ser mais vigiada pelos dois e ele toda as vezes que eu aprontava, me deixava quieta por alguns dias....
Passado algum tempo as investidas retornavam com mais força ainda, eu lutava, chorava e sempre saia correndo, as pessoas me ajudavam, me acalmavam e ele sumia, mas o que me doia mesmo era a indiferença de minha mãe.

Um dia ao voltar de uma dessas fugidas ela estava no portão abriu o portão para eu entrar e disse:
"Entra, Nãosei que tanto medo é esse que vc tem..Pra que tudo isso?"
"Nunca esquecerei essa frase, nunca!"
Foi nesse dia que realmente entendi que eu estava sózinha no mundo e se quisesse ser alguém na vida teria que ser pelos meus próprios meios...
Minha mãe estressava com os maus tratos que recebia dele e descontava tudo em mim, falava comigo eu respondia, ai ela me esbofeteava no rosto e dizia: " não me respondeeeeeee!" Se eu ficava quieta, ela me sacudia e dizia: "fala  guria! "
"Afff eu não sabia mais o que fazer....Eu mesmo sendo criança sempre tive uma certeza de que um dia aquilo ia acabar, de um jeito ou  outro ia acabar."
PEDIA MUITO A AJUDA A DEUS, POIS ESTUDEI EM COLÉGIO DE FREIRAS E ISSO EU FAZIA MUITO BEM...REZAR...REZAR  E REZAR....
Lembro perfeitamente da oração que eu fazia diariamente, muitas vezes sentindo o peso do corpo do desgraçado "monstro" sobre o meu, eu fechava meu olhos  e saia daquele corpo flutuava no espaço onde não sentia nada e não via nada.
Apenas conversava  com DEUS.
Eis aqui, minha oração...........

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quarta-feira, 31 de março de 2010

Alma Guerreira


ETAPAS DE MINHA VIDA...SOFRIDAS E VENCIDAS....

A menina era uma graça de criança, logo férias escolares, passei  a sair cedo de casa, ho coisa boa, passava o dia brincando, com a menina loirinha de cabelos cheio de cachos. Era muito bem tratada, comia bem, tinha até lanchinho a tarde.

Mas como sempre, tudo que é bom dura pouco e acaba logo, comigo não foi diferente, 6 meses de liberdade e a familia foi transferida de cidade, vida de militar é asim sem parada, fiquei muito triste, chorei  muito, eu queria ir junto, mas não me levaram. Fiquei! começou tudo de novo, agora já com 8 anos completo já sabia de muitas coisas ruins, mas  achava que eram boas pois estava sendo passado a mim, como bom de sentir, prazeroso, gostoso e praticavel.
Uma tarde ele me atacou na cozinha  me imprensando contra a parede, pois eu sai correndo e ele me empurrou bati minhas costas violentamente contra  a parede que fiquei sem ar por alguns momentos, ele se assustou e saiu. Foi  embora me deixando sem respiração sentada no chão, ao voltar e ver que estava sózinha no desespero, subi em cima do fogão de lenha.


E peguei um pacotinho sujo de poeira que estava entre as telhas do teto, era veneno para  rato e sem pensar 2 x joguei um punhado daquelas bolinhas coloridas na palma da mão, estava cega as lágrimas rolando pelo meu rostinho vermelho e quente de dor e  raiva  diante de minha impotencia conta a agresividade e loucura daquele "monstro".....
"Mas  ainda não era meu dia..Deus ainda tinha muito
para me testar !"
Joguei as bolinhas na boca, nesse momento minha mãe entro e deu uma bofetada em minhas mãos onde foi tudo para o chão, rapidamente meteu o dedo na minha boca e disse: "cospe, cospe menina, cospe!"
Eu joguei tudo fora, não sei se cheguei a engolir algum, só sei que fiquei sem poder comer direito uns par de dias, pois minha língua ficou toda queimada.
Depois disso passei a ser mais vigiada pelos dois e ele toda as vezes que eu aprontava, me deixava quieta por alguns dias....
Passado algum tempo as investidas retornavam com mais força ainda, eu lutava, chorava e sempre saia correndo, as pessoas me ajudavam, me acalmavam e ele sumia, mas o que me doia mesmo era a indiferença de minha mãe.

Um dia ao voltar de uma dessas fugidas ela estava no portão abriu o portão para eu entrar e disse:
"Entra, Nãosei que tanto medo é esse que vc tem..Pra que tudo isso?"
"Nunca esquecerei essa frase, nunca!"
Foi nesse dia que realmente entendi que eu estava sózinha no mundo e se quisesse ser alguém na vida teria que ser pelos meus próprios meios...
Minha mãe estressava com os maus tratos que recebia dele e descontava tudo em mim, falava comigo eu respondia, ai ela me esbofeteava no rosto e dizia: " não me respondeeeeeee!" Se eu ficava quieta, ela me sacudia e dizia: "fala  guria! "
"Afff eu não sabia mais o que fazer....Eu mesmo sendo criança sempre tive uma certeza de que um dia aquilo ia acabar, de um jeito ou  outro ia acabar."
PEDIA MUITO A AJUDA A DEUS, POIS ESTUDEI EM COLÉGIO DE FREIRAS E ISSO EU FAZIA MUITO BEM...REZAR...REZAR  E REZAR....
Lembro perfeitamente da oração que eu fazia diariamente, muitas vezes sentindo o peso do corpo do desgraçado "monstro" sobre o meu, eu fechava meu olhos  e saia daquele corpo flutuava no espaço onde não sentia nada e não via nada.
Apenas conversava  com DEUS.
Eis aqui, minha oração...........

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